O Presidente da ABS-SP, Arthur Azevedo, conduziu a degustação às cegas dos Vinhos Chianti Riserva, (primeira vertical deste tipo no Brasil) safras 2013. 2012, 2011, 2010, 2009, 2007, 2006, 2004 e 2001. Para nos contextualizar, Azevedo nos falou um pouco sobre a região de Chianti. Iniciou explicando que o termo Riserva não obriga que o vinho passe por madeira, mas deve ter ao menos dois anos de maturação. Abaixo, mais alguns dados sobre Chianti (fornecida pelo Consorzio Vino Chianti).
A área de produção do Chianti
A área de produção do Chianti é constituída de territórios delimitados por lei, que se encontram nas províncias de Arezzo, Florença, Pisa, Pistoia, Prato e Siena. Este ambiente é caracterizado por um sistema de colinas com grandes terraços com vales, atravessados por rios.
A origem do vinho Chianti se perde ao longo dos séculos, mas sua consagração ocorreu no século XIX, a primeira delimitação oficial remonta a 1932 e obteve a “ Denominazione di Origine Controllata” [Denominação de Origem Controlada] com o Decreto do Presidente da República de 9 de agosto de 1967, no qual se definem as suas características em um adequado Caderno de Especificações de Produção.
Os vinhos Chianti
A denominação “Chianti” pode ser integrada com as menções adicionais Colli Arentini, Colli Fiorentini, Colli Senesi, Colline Pisane, Montalbano, Rufina e Montespertoli, correspondentes, as primeiras, às subáreas geográficas, contempladas pela primeira delimitação do território, estabelecida com o D.M. de 31 de julho de 1932, enquanto que a última, Montespertoli, foi reconhecida pelo Decreto de 8 de setembro de 1937. Nestas áreas específicas, são previstas para o vinho modalidades produtivas mais restritivas e requisitos especiais.
Interessante notar a recuperação da tipologia “Superiore”, com as mais altas características e que se refere potencialmente a toda a área dos vinhos Chianti.
As Variedades de Uvas
As variedades de uvas básicas que contribuem para a formação do vinhedo Chianti são as seguintes: Sangiovese mínimo 70%, complementares até 30%, com um máximo para variedades brancas de 10% e de 15% para as variedades Cabernet. O rendimento máximo de uva por hectare, para os sistemas de alta densidade, é de 11 toneladas para o Cianti, 9,5 toneladas para Colli Arentini, Colline Pisane, Montalbano, Rufina, Montespertoli e Chianti Superiore e 9 toneladas para Colli Fiorentini e Colli Senesi.
O Chianti é de cor vermelho rubi, tendendo ao granada com o envelhecimento, de sabor harmônico, encorpado, levemente tânico, com aroma intenso, vinoso, com notas violeta. Pode ser consumido, em alguns tipos, como vinho jovem, fresco e agradável ao paladar, mas é bem conhecida também, em algumas áreas, a sua vocação para um médio e longo envelhecimento, na qual amadurece a cor, o perfume e o sabor inconfundíveis.
Agora é hora de falar da melhor parte! A degustação! Seguirei a ordem decrescente de safras que utilizamos no dia!
1 – Chianti Colli D.O.C.G Riserva 2013
Fattoria de Bagnolo Riserva 2013
Cor: Rubi intensa.
Aromas: Frutas vermelhas maduras, leve toque de carvalho, leve nota floral, notas de cereja.
Gustativo: Seco, acidez média (+), taninos redondos, corpo médio. Notas frutadas.
Nota: 88/100 (SMS)
2 – Chianti Montalbano D.O.C.G Riserva 2012
Pierazzuola 2012
Cor: Vermelho rubi médio.
Aromas: Frutas vermelhas, cereja, madeira bem integrada, especiarias, nota floral.
Gustativo: Seco, acidez média, taninos médios, corpo médio. Notas de frutas maduras.
Nota: 88/100 (SMS)
3 – Chianti Colli Senesi D.O.C.G Riserva 2011
Terre del Fico 2011
Cor: Rubi escuro.
Aromas: Notas de couro, frutas vermelhas, cereja, nota floral, toque carvalho.
Gustativo: Seco, acidez média, taninos altos, corpo médio. Notas frutadas. Mais uns 3 anos de guarda!
Nota: 88/100 (SMS)
4 – Chianti Rùfina D.O.C.G Riserva 2010
Cedro 2010
Cor: Rubi com unhas granada.
Aromas: Frutas em compota, couro, toque terroso, especiarias.
Gustativo: Seco, acidez média (+), taninos altos, corpo médio. Final longo. Mais uns 3 ou 4 anos de guarda!
Nota: 89/100 (SMS)
5 – Chianti D.O.C.G Riserva 2009
Rio Comerata Riserva 2009
Cor: Rubi com borda acastanhada.
Aromas: Frutas vermelhas maduras, torrefação, chocolate, floral.
Gustativo: Seco, acidez alta, taninos médios, corpo médio. Notas torradas.
Nota: 87/100 (SMS)
6 – Chianti D.O.C.G Riserva 2007
Domenico Cappelli 2007
Cor: Granada.
Aromas: Musgo, couro, geléia de frutas vermelhas, terroso.
Gustativo: Seco, acidez alta, taninos altos, corpo médio (+). Notas frutadas e de especiarias. Aguaenta mais uns 5 anos de guarda (no mínimo)
Nota: 90/100 (SMS)
7 – Chianti Colli Fiorentini D.O.C.G Riserva 2006
MGO BIUG 2006
Cor: Rubi escuro com unhas granada.
Aromas: Frutas maduras, especiarias, cereja, ameixa.
Gustativo: Seco, acidez média (+), taninos altos, corpo médio. Notas frutadas e toques de couro. Mais uns 10 anos de guarda
Nota: 90/100 (SMS)
8 – Chianti Rùfina D.O.C.G Riserva 2004
Lastricato Riserva 2004
Cor: Granada escuro.
Aromas: Musgo, balsamico, cereja negra.
Gustativo: Seco, acidez média (+), taninos médios (+), corpo médio. Notas frutadas e balsamicas.
Nota: 95/100 (SMS)
9 – Chianti Rùfina D.O.C.G Riserva 2001
Poggio Gualtieri 2001
Cor: Rubi com unhas granadas.
Aromas: Cereja, leve baunilha, especiarias, couro, toque floral.
Gustativo: Seco, acidez média, taninos médios (+), corpo médio. Notas frutadas e balsamicas.
Nota: 92/100 (SMS)
Espero que tenham gostado e aguardo vocês para continuar dividindo essa experiência! Saúde!